domingo, 29 de maio de 2011

Vender! O desfecho.

CAPÍTULO II

Estava decidido. Tudo acertado, inclusive. Formas de pagamento, papelada e andamento. Amanhã era só levar o Herbie, "assassinar" os papéis e pegar o corsa.
Fui pra casa, acreditando ser esta a última volta de Herbie. Dormir, acordar e tudo estaria acabado. Era bom ir acostumando minha mente... Eu não teria mais um carro para fazer fotos legais, para surpreender as pessoas, para ter aventuras só por andar com ele, para se ter um blog por ele, para ir a lugares distantes e arrancar sorrisos doces admirados com a simplicidade tão bem acompanhada, para ser referência, coisas de fusca, do Herbie, só dele. Eu traira um sentimento real (e recípocro?). Mas para quê tanto drama, não é mesmo? Seria minha solução. Seria? Pois por que eu estava tão aflita? Não era pela mudança. Era por ele! Parece bobo, eu sei. E realmente é! Mas e daí? MEU sentimento, não há regras que digam que precisa ser coerente e sano, não há regra alguma! Aliás, regras em demasia são chatas, limitar-se é chato. Já viu algum bar ter regras que proibam você de abraçar, de beijar? Eu já! Ridículo! Existem regras para estabelecer uma ordem, ok. Mas estamos falando de sentimento, um plano em que sanidade e ordem são incoerentes!
Dispersão a parte, meu pai viria para assinar os papeis naquela manhã e executar todos os trâmites, a parte dolorosa. Ele passaria aqui em casa, pegaria o fusca e rumaria para a revenda. Conjugado assim, futuro do pretérito. O planejado era este.
Hoje estava comentando que gosto de ser surpreendida. Às vezes as coisas precisam sair do roteiro... Dá um sabor de maracujá azedinho, mas que é bom mesmo assim. Dá a sensação de queda livre, de que não, tu não és dono do teu destino apesar de regê-lo com maestria. Aquela insegurança boa, uma expectativa infinita, bonita e gostosa sobre a vida.
Enfim, tudo isso para dizer que as coisas não sairam conforme planejado. E que foi bom!
O bom foi o desfecho, mas não o acontecido. O fusca fundiu o motor, na manhã em que seria levado à revenda, pode? Decidi, desta forma, NÃO vendê-lo! Quer uma prova de amor maior que essa? Uma manifestação clara de que não fui eu que o escolhi, mas fora ele! É comigo que ele quer ficar, e é comigo que ele vai ficar. Mandei ele direto para a U.T.I. Em uma semana estará recuperado da cirurgia e estará pronto para as plásticas de renovação. Mandei fazer o motor, e em seguida (mesmo que aos poucos) farei todo o resto: lata, piso, estofamento, peças, detalhes, tudo! Inclusive mudarei de cor, mas não escrevi um roteiro, porque quero a insanidade das incertezas e das escolhas impulsivas, sempre fora assim ao seu lado... Repito: Ser surpreendido, sair do script, pode ser o que falta... E já pensou que pode ser, pode ser muito bom?

Reforço: Planejamento, regras, roteiros são válidos e alguns até prometem final feliz... Mas o que são promessas perante as ações expontâneas e e involuntárias exercidas pela vontade, pelo sentido, desejo, sentimento? Eu sou mais lado esquerdo, menos exatas, menos razão, mais emoção, mais arte, mais amor!

Obrigada a todos que colocaram suas opiniões!
Independente do que eu ou meu pai decidiria, prevaleceu a decisão dele: HERBIE!
Não vejo a hora de tê-lo de volta...

E estamos aí, a Loira, o Fusca e você por muito tempo! =D

Beijo da eterna Loira do Fusca!

domingo, 22 de maio de 2011

Vender ou não vender?

CAPÍTULO 1

A paixão de que tanto falo, o apego expresso pelos outros posts é real e notável apesar de me parecer um tanto banal... Poxa, estamos falando de um carro, um bem material!
No entanto me sinto traidora dos meus sentimentos ao generalizar o Herbie.

Me vi em situação complexa, ao passo que o Herbie começou a enguiçar, falhar, negar, reclamar, etc. Já não era só mais cabo de acelerador, velocímetro, sinaleiras... As coisas não estavam bem.

Após uma sequência de fatos relacionados a esses problemas, eu o levei ao médico. Eis que o veredito foi me dito sem cerimônias com todo o profissionalismo do doutor: "Assim ó guria, acho mió tu vender esse fuca... ou tu vai tê qui gastá uma baita grana..."
Fiquei calada e pasma, era como se ele me dissesse que o Herbie está com os dias de vida contados, ou que ia precisar de um milagre para salvá-lo, já que a baita grana eu não tinha.
Vender??? Eu precisava do meu pai. Embora já soubesse a opinião dele sobre isso, ele sempre me salvava quando eu não sabia que caminho tomar, ou pelo menos me dava um colo para que eu pudesse chorar. "Filha, chorar não adianta. Vamos vender o fusca!" Eu sempre me senti segura quando meu pai tomava a frente dos meus problemas, mas agora nada parecia ser correto. Necessito sim de um carro, que funcione... Não tive muita escolha a não ser concordar. O Herbie seria a entrada para outro carro, mais novo, menos problemático. Com isso meu pai o deu veramente a mim, a primeira vez que eu senti e pude dizer MEU, seria necessário vendê-lo. Meu pai me convenceu que o fusca me daria problema sempre, que o funcional seria um carro com injeção eletrônica etc etc.
Que assim o fosse, se tivesse que ser... =(

Foram semanas de angústia perante aquela decisão unânime.
Pensei no blog muitas vezes... Não seria capaz de mudá-lo: A loira e o corsa. O_O NÃO!

O que vós farieis em meu lugar?

[CONTINUA NO PRÓXIMO EPISÓDIO]

Beijos da eterna Loira do Fusca!

domingo, 15 de maio de 2011

Fusca, uma paixão eterna.

Hoje vos falo sobre um sentimento que vim a descobrir com o tempo. Que só depois de sentir o vento sutil de suas frestas, e ter estragado muitas chapinhas, e ter passado muito frio e muitos apertos, descobri mais do que o sentimento:

Coisas que só quem tem ou teve um fusca sabe:
Fusca tem cheiro de fusca.
Fusca tem o melhor e mais confortável banco de molas.
Fusca tem o charme de atrair olhares, mesmo que não seja uma loira que o dirige.
Fusca te dará sempre o tharã de entrada e saída, onde quer que vá.
Fusca tem uma magia de atrair pessoas e envolvê-las, transformando passageiros em uma irmandade.
Fusca gera polêmica, gera pré-julgamento, gera histórias, risos, lembranças, choro e gera acima de tudo, um sentimento que por outro carro não há igual.
Fusca é tradição, é história. Vira paixão e jamais sai da memória de quem teve um.
Já vi o amor sendo comparado ao fusca.
Já vi piadas, rumores, comentários, mas nada que mude aquilo que só quem é fusqueiro, tem um fusca ou já teve, sabe. É a paixão humilde.
A paixão sem interesse algum. Fusca não é econômico. E você sabe que tudo o que investir não lhe trará outro retorno, se não a satisfação, o orgulho, o amor recípocro.
E o auge disso tudo? Quando ele deixa de ser apenas o seu carro, seu meio de locomoção e passa a ser companheiro. Você fala com ele como se ele fosse responder. Você ouve ele responder. Você sofre junto quando acontece algo e se preocupa. Se ele vai embora, é como se um ente querido estivesse partindo. E ficará sempre aquele vazio. Carro algum ocupará o seu lugar. Porque igual a fusca não há!


Beijo da Loira do fusca meus amores ;*
(contagiada pelo espírito da paixão)

domingo, 1 de maio de 2011

Um fusca, duas loiras e um destino.

- Queria eu, seguir uma ordem cronológica das histórias... mas tem hora que algumas delas vem na cabeça tão forte. E por isso compartilho hoje com vocês (também para compensar as duas semanas que não postei nada :/) uma das maiores aventuras que o herbie já me proporcionou...




Planejamento. Esses dias alguém me falou sobre a importância de planejar as coisas, para uma vida plena, saudável, uma carreira de sucesso, etc... Mas aí eu me perguntei: e pra ser feliz? É tão necessário assim planejar? Sendo que as coisas que nos fazem sorrir e nos proporcionam momentos bons e ótimos muitas vezes são aquelas que nos surpreendem... ou seja, as quais não planejamos. Dessa forma e por esse pensamento é que resolvi levar a vida mais free enquanto funcionar, exceto no trabalho, onde planejar é também uma exigência.

Sabe quando você coloca na cabeça que não pode fazer algo?
Acaba nunca fazendo nada por pensar assim.

Eu não iria no Planeta Atlântida, muita grana, muita mão ir até lá, e onde eu ficaria esses dois dias? Não, sem chance, nem pensei na hipótese. Exigiria muito.
A amiga aventureira me perguntou umas muitas vezes se eu iria... eu: NÃO! Uns três dias antes refleti mais a fundo sobre a situação, e cheguei a conclusão de que pra muitas coisas na vida, basta querer, basta uma atitude positiva e alguém com quem se possa contar.
Não conseguimos topique, não conseguimos alugar lugar nenhum... tínhamos a vontade e os ingressos.
E que tal irmos de fusca? Sim, o Herbie pow!!!
Aquele mesmo, cujo velocímetro não funciona e as sinaleiras vivem queimando...
O trajeto é longo, mas a vontade e a coragem eram maiores.
Que os pais da copiloto nunca leiam este post.

Mas é, duas loiras,
muita comida de besteira,
algumas mochilas,
uma coberta e dois travesseiros,
poderíamos dormir no fusca uai. =D

O sol já tinha se escondido de nossos olhos cintilantes e sorrisos ofegantes pela aventura. Seguimos o cruzeiro do sul e minhas vagas lembranças do caminho da praia. Não poderia ser tão difícil chegar lá.

Ao som do celular e o que dava para ouvir entre o barulho do motor, seguimos o fluxo. Sim, já era de se esperar que queimasse a sinaleira.
E se alguém passasse por nós e gritasse: GURIAAAS, A SINALEIRA TAH QUEIMADA! ? Ficaríamos envergonhadas? Não, diríamos: MAS O FAROL TAH ACESO com muito orgulho!

Tudo podia dar errado segundo a teoria do planejamento. Mas isso é o que dava mais adrenalina e emoção ao momento. (Estou rimando ou é impressão minha? No próximo post vou escrever um poema oeheoeiheoieh)
Tirando o gato preto que cruzou nosso caminho naquela noite de sexta-feira que não era 13 eoiheioeheoihe o resto ocorreu tudo conforme o não planejado, mas desejado trajeto.
Sentindo-nos únicas chegamos de Herbie... e alguém falaria algo por a gente não estar de carrão? pfff estávamos lindas tomadas de felicidade por estar lá, e mais ainda por ter chegado lá.

Fizemos nossa parte e aproveitamos muito cada momento daquela noite, mas é chegada a hora de seguir rumo ao descanso para mais um dia. Seguir para onde? Acaso, sorte ou Deus, encontramos uma galera shooow que nos convidou pra fazermos parte do grupo e nos ofereceram um colchão inflável magnífico. Agora o herbie tinha mais amigos, que queriam, sim queriam *-* ir de carona com a gente.

Acho que eu exigi de mais do Herbie, andamos muuuuito por lá, muito mesmo... Eram trechos com quebra-molas de 100 em 100 metros, eram trechos com muuuuuita água, era chuva, era sol, era gente rindo, gente gritando, gente animada, gente dormindo, gente assustada com a quase batida, gente tirando um cochilo nele, tentando dirigir hahaha. Mas ele sobreviveu até mesmo ao retorno. Levou duas loiras e trouxe mais três passageiros e muuuuita bagagem, até hoje não sei como fizemos caber tudo. Entre podres, cansados, contentes e animados, restaram as histórias e as lembranças que sempre estarão naquela lata marcada, naquele porta-luvas com coisas estranhas, naquele baú, naquele assoalho que já teve areia, água, terra... naquela pena laranja que ocupa um buraquinho no painel... mas essa já é outra história...

Planejar?
Planeje ser feliz.
Como?
Faça a sua parte e o resto deixa pra vida!

Fica a dica ;)
e também o agradecimento às gentes da história
BRUNAdiogoBRUNOdiogerDUDAcarolHENRIQUE

Muitos beijos da Loira do Fusca ;*