domingo, 20 de março de 2011

O primeiro contato *-*

Papéis assinados, chave na mão, aliás chaves na mão, uma pra porta, duas pro tanque, uma que não sei até hoje para o que serve e outra pra ligar. Fusca na garagem, só eu e ele. Eu sentada na escada olhando... olhando... Tanto que já andei de bicicleta e guarda-chuva e agora os tempos seriam outros. A cor não era bonita, as rodas já meio enferrujadas, um paralama destoava do bege que prevalecia, carro de colono, tinha terra no assoalho. Mas mesmo assim eu olhava sem ver os defeitos, deslumbrada. Era meu. Agora eu iria mais longe. Agora! Nunca havia sequer sentado no banco do motorista de um fusca, achei que era defeito os pedais serem tão pra cima, mas eu estava determinada. Liguei para o meu tio que morava no outro lado da cidade e disse que eu tava indo...
Coração palpitante, estava suando frio. Coloquei a chave na ignição e girei. Girei de novo e, novamente... Não ligava. O vizinho, olhando a cena, me deu a dica: quando for dar a partida acelera um pouco que ele liga. O portão estava aberto, mas havia um estreito corredor para chegar até ele e, antes do corredor a área do vizinho, churrasqueira no canto. E novamente eu tentaria dar a partida, mas agora eu sabia o segredo e seria de primeira. Soltei o freio de mão, engatei a ré, girei a chave e acelerei com tudo. Onde fui parar? Há 10 cm da churrasqueira do vizinho, com um resto de paralama. Minha primeira experiência, minha primeira lágrima pelo fusca, minha primeira batida. Liguei pro meu pai desesperada, morávamos sozinhos, eu e meu irmão. Ele sorriu e disse: descobriu porquê um fusca?
Mas eu estava desconsolada. Poxa, já tinha batido sem mesmo dar umas voltas.
E quem disse que eu desisti? No outro dia pela manhã bem cedo, liguei pra minha melhor, minha amiga e parcera de aventuras. Vamos juntas até a outra cidade pagar umas contas? Como? De fusca uai. Dessa vez deu tudo certo, tirando o nervosismo que nem era tanto, e a chuva que era um tanto forte. Paralama batido, descobri que o velocímetro não funcionava e, da pior forma, que o marcador de combustível também não. 26km se não me engano. A Gé era a buzinista, seria copiloto assim que tirasse a carteira de habilitação também. Buzinava pra tudo e todos, náo conseguíamos parar de rir. Aliás, fizemos uma pausa, quando algo mudou. O herbie parou, do nada, simplesmente parou. Estacionei no susto ali no acostamento. Ergui a tampa do motor, pra quê? Descobri que o motor do fusca era que nem motor de geladeira ieuhieuheiuhe Mas não sabia dizer nada além de há, deve ser parte elétrica euiheuieheiueh. Liguei pra um outro tio (eu tenho centenas de tios), que veio na mesma hora e trouxe um mecânico. Pra quê? Pra descobrir que não tinha gasolina isso sim.
Bom, problema resolvido. Tanque abastecido e estávamos prontos pra outra: o fusca, a loira e a morena.
Agora eu sabia que não podia confiar em ponteiro nenhum do herbie. Ele ainda não estava amistoso comigo, mas eu iria conquistá-lo ainda.

Beijão da loira do fusca!


9 comentários:

  1. Curiosidade... quem é a loca que sai com uma loira, recém habilitada, de fusca, na chuva em sua primeira grande volta de carro? shuahsuhauhsus

    Amo de mais essa duplinha ai!

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  2. Parabens me identifiquei com suas historias

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  3. obrigada Vinícius. ter fusca é ter histórias \o/

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  4. Rose parabéns pelos seus posts muito bem escritos e envolventes,acredito que vc deve estudar alguma área da comunicação não? se nãoestudar está se perdendo pois daria uma otima escritora/jornalista e afins

    Joás

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  5. Joás, Seu entusiamo ao ler a história que a torna tão envolvente.
    Obrigada pelo carinho e pela visita.
    Beijo.

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  6. Voce nem imagina o quanto eu me identifiquei com a sua historia aconteceu o mesmo comigo ontem so lembro de ter chorado tanto assim quando o meu cachorrinho amado faleceu de velhice.E estou com um odio profundo da garagem maldita do meu condominio tanto que se eu pudesse ia morar em casa onde as garagens sao melhores para estacionardo numa garagem que tem 120 vagas umas coladas nas outras.To na minha oitava aula de direçao e fui dar uma de besta de dar uma volta com meu peugeotzinho semi novo pela garagem cocorreu tudo bem nao bati em nenhum carro nas curvas mas quando fui estacionar o paralama do passageiro se foi todo numa pilastra ta enterrado e com a pintura fudida tive que pedir para um dos porteiros estacionarem direito o meu carro na vaga e minha mae desceu ja me esculachando no esporro liguei pro seguro e segunda feira eles veem aqui ver o estado e o q que eles podem fazer...mas chorei tanto menina dava pra matar a seca la do interior da bahia fiquei desconsolada tambem.E que a vontade e tao grande de dirigir meu carro tanta expectativa e acabou dando em merda ate agora sondirigi carro de auto escola fui muito irresponsavel com meu carro e fiquei trsie por ter feito isso com ele pq eu oquis tanto e batalhei muito para consegui lo e ai eu faço uma merda dessa com ele.Na ansiedade acabei prejudicando o meu bem material mais amado.Enfim acho que catando conserto de paralamas pela net acabei achando uam precipitada que nem eu!rs beijosss

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